segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dor

Existe dor...
Porque nada se extingue por completo,
Algo sempre substitui o que vai...
Existe a dor do corte,
Você grita e chora,
E, passa.
Existe a dor do parto,
Dói, mas algo nasce,
E é sempre belo.
A dor das cicatrizes,
Essas só doem quando o céu ameaça chuva.
A dor do castigo,
pagando por algo feito,
com efeito do mal-feito.
O arrependimento também dói,
Mas só depois de concretizado o fato.
E depois que já é tarde.
Existe dor latejada,
Lembrando à cada segundo que somos frágeis.
A dor exarcebada ...
Essa é forte, quase insuportável.
Também tem aquela que nasce do gozo,
Gritamos sufocados por lençóis, fronhas e coxas,
bocas e peitos.
Mas, dentre todas,
Existe uma que não podemos gritar,
Nem chorar,
Nem revidar,
Ela chega, toma conta do ser,
Toma conta dos pulmões parece,
Porque sufoca,
Arranca lágrimas dos olhos e nem oferece o consolo do lenço,
Se instala, e como uma rapina,
Nos tira da terra e nos despenca do céu,
Nos empurra goela a baixo o féu amargo,
Nos faz procurar um canto escuro,
E, como um ladrão, nos leva a calma.
Essa dor é insuportavél,
De todas, a mais cruel, porque não cabe revide,
Só desesperança.
Essa é a dor da indiferença,
A dor do silêncio,
Sem grito, sem lágrimas, sem gozo
Só dor ... e dói.
Dói muito...
Nada a fazer...
A não ser chorar...
E rezar, rezar pra que ela vá embora,
Um dia quem sabe.

( Luiz wood )

Um comentário:

  1. luiz... amei...se eu fosse escrever oq sinto escreveria exatamente oq escreveu. bjs

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