quarta-feira, 22 de abril de 2009

....venha noite...


Oi noite!
podemos conversar?
tenho tanto à te contar,
tanto pra você saber,
tenho tanto de você noite,
que quase somos um só,
eu e você, noite!
venha, sente-se aqui,
temos a mesa,
temos a bebida,
temos tanto e tanto,
mas não temos paz,
nem temos paz...e paz!
só a paz da noite,
mas sente-se,
quero beber você,
taça enorme e cheia de estrelas,
e de ventos....
ventos noturnos!
venha noite,
vamos brindar ao novo Deus,
os homens acabaram de inventar um novo Deus,
ele é azul, às vezes,
noutras, vermelho,
vermelho, o novo Deus é vermelho,
como os meus olhos,
e você, noite, não tem olhos,
mas mesmo assim,
me enxerga tanto!
venha noite,
vamos beber e brindar,
tim tim....à nossa loucura.
ao novo Deus vermelho,
meu Deus!!!! inventaram um Deus vermelho....
um Deus de plástico, e mudo,
e vermelho!
venha noite....
sente-se aqui,
hoje seremos só nós dois,
ela se foi embora...
ela foi embora, noite,
ela se foi e estamos sós, noite,
eu e você!


(Luiz wood)

2 comentários:

  1. "... vermelho, o novo Deus é vermelho,
    como os meus olhos, "

    ah! poeta,

    ... agora os meus olhos também ficaram vermelhos, e ela... a noite, de novo, mesmo sem olhos, observa calada e fria a solidão que nenhum Deus quer dar jeito ....

    ... mais uma vez poeta, conseguiu fotografar a solidão em alta resolução.

    Simplesmente impecável.

    ResponderExcluir
  2. Oi "meu" poeta...estou amando ler seus poemas...lindos e apaixonantes..bjsss..Indi

    ResponderExcluir