sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Esfinge e o Poeta.....


Sou poeta...
e a minha poesia não quer ser apenas lida,
ela quer ser usada como uma camisa,
vestida do avesso, colada às costelas,
ela quer, precisa, ser faca e chicote,
se não pra quem à lê,
ao menos pra quem à escreve,
que ela seja meu chicote,
seja ela a deixar o machado cair,
e tal e qual um carrasco,
se comprazer na degola.
Sou poeta...
por vicio, vocação, sina e maldição,
não sou mais o dono de mim,
pertenço aos amores,
que me fazem poeta,
por vicio, vocação, sina e maldição,
mas não quero ser lido,
quero ser devorado, mastigado,
ruminado, vomitado e novamente devorado,
Sou poeta...
sou foto em preto&branco, nua e crua,
devorado por formigas famintas,
me escrevem a pele,
comichão em membros que não possuo,
a vontade de ser sol e lua,
eclipse cego de se olhar,
Sou poeta,
multiventado, múltiplos ventos solares,
sou pó e chão, nuvem e avião,
carro, trem, bonde e ladrilhos,
gritando pra você ouvir que,
Sou poeta,
por vicio, vocação, sina e maldição,
não me leia,
devora-me,
ou nunca mais te decifro....


(Luiz wood)

2 comentários:

  1. ... é muita emoção, poeta, sinto tua alma em carne viva, escreve, escreve ...... preciso te ler ....

    ResponderExcluir