sábado, 28 de fevereiro de 2009

CAMINHANDO SOZINHO


Hoje eu vou sair,
vou ver coisas por ai,
sair sem destino.

Hoje eu vou sair,
pisar nas calçadas com cuidado,
olhar atento pra elas, as calçadas.

Hoje eu vou sair,
vou procurar você,
com todo carinho do mundo.

Só por hoje eu vou sair,
me despir das roupas que me encobrem,
de todas as mascaras.

Hoje eu vou sair,
olhar pro alto, rosto franco,
ver os pássaros.

Hoje eu vou sair,
chutar algumas pedras, pisar em poças,
olhar meu rosto em vitrines.

Só por hoje eu vou sair,
hoje vou sair sozinho,
hoje você não está aqui comigo.

Hoje eu vou sair...


(Luiz wood)

QUASE UM SONHO CURTO


Conhece meu nome?

é o mesmo que,

seu sonho falou,

quase gritou...

quando acordou!


(Luiz wood)

O NOME MAIS LINDO


De todos os nomes...
o teu é o mais lindo,
de todos os sorrisos...
o seu, é o que me encanta mais,
e o teu abraço...
desde menina, é o mais forte,
e o teu olhar...
é aquele que me olha dentro,
e de todas as saudades,
é a de você, filha linda,
a que me vem mais forte...
e de todas as lágrimas...
é essas que correm agora,
apenas por ler seu nome..
e de todo amor que sinto,
nenhum é forte como o teu...
Te amo, te amo, te amo..
Ariê....te amo tanto e tanto!
fiotinha de canguru...minha fiotinha!


(Luiz, seu pai)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

CABELOS VERMELHOS


Teus cabelos vermelhos,
como o sol da tarde,
o papel da bala de morango,
a bala de morango sem papel,
de maçã não mordida,
dos tratores comunistas,
o bombom sonho de valsa,
o sangue nas veias,
como o fogo, fogueira,
a terra molhada,
cereja em calda,
cereja sem calda,
a boca do baton,
o baton na sua boca,
do coração apertado,
do peito aberto,
a bandeira da china,
do sol na bandeira do japão,
a roupa do toureiro,
da cor do meu amor.
Se amor tivesse cor,
seria da cor dos teus cabelos,
vermelhos!


(Luiz wood)

ATENÇÃO, VEJA BEM


Veja bem...

olhe aqui,

bem aqui,
atenção,
ouça,
não se distraia,
escute,

sinta,
atente,
veja bem,

olhe aqui,
ouça.... bem


te amo!


(Luiz wood)

ORAÇÃO


adoro-te...
...como a ti mesma...
...devoro-te...
...te devoro...
...franca e minha...
...como a ti mesma!


mas sempre em mim...
...como a mim mesmo...
...em ti...
...como a nós mesmos...
...apenas nós...
...mas sempre em ti!
Amém...nós!


(Luiz wood)

VELHOS CASARÕES


Estive só entre versos,
entre todos os meus versos,
no permeio de palavras,
e de solidões buscadas,
das águas furtadas,
dos antigos casarões,
vazios e solitários.

Estive só na sua multidão,
no caos dos teus olhos,
perdido entre agasalhos,
aflito em amores pagos,
eu e deus sozinhos,
nas ruas descalças,
vazias e solitárias.

Estou só, entre mim,
na confusão dos meus gestos,
na brasa do cigarro,
seguindo sempre a mesma sina,
de querer o querer profundo,
de jogar contra toda a vida,
cheia e solitária.


(Luiz wood)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

LUA VENTADA


Teu sol,

tem gosto de garôa,

a tua lua,

tem gosto de vento,

e todas as tuas estrelas,

tem gosto de você,

você é universo,

é uma galáxia inteira,

é sol garoado,

é lua ventada,

é galáxia solta,

é vida toda!


(Luiz wood)

FEITO UM TREM


Existem coisas que não passam,

existem coisas que são só tuas,

outras minhas,

mas isso é a mesma coisa,

tuas e minhas.

Existem coisas que não passam,

outras que insistem em ser,

algumas deixaram de ver,

mas continuam aqui,

sempre aqui assim,... assim.

Existem coisas que não passam,

coisas minhas e tuas,

mas nem sempre nossas,

apenas tuas e minhas,

que nem se deixam ver.

Existem coisas que não passam,

outras passam,

feito um trem!


(Luiz wood)

UM DIA SÓ


era um dia só, só um dia, não poderia ser nenhum outro, apenas um dia só....

a porta estava aberta, ela sempre esteve, e você se foi por ela, pela porta aberta de um dia só.

se você se voltasse para trás, me veria chorar, mas você não se voltou e nunca mais voltou, apenas se foi. em um dia só, apenas só pela porta aberta.

apenas um espaço vazio nesse dia só, um espaço que nunca mais, nunca mais será ocupado, a porta estava aberta e era apenas um dia só, dê apenas uma olhada pra trás e me diga...será sempre assim? um dia só....apenas um dia só? pela porta que nunca foi fechada?

em um canto qualquer uma música tocava, tocava nossos corações, em algum lugar no corredor, a música a seguiu, mas mesmo assim eu só via as suas costas (lindas) e você foi...pela porta aberta que nunca foi fechada. me deixando aqui, num dia só, apenas um dia só.



(Luiz wood)

EU VOCÊ


Hoje acordei mais você do que eu...

acordei querendo o beijo, saudades,

quis teu abraço, vontade...

Levantei ainda você, ainda não eu...

levantei seus passos, cansaço,

levantei seu caminhar, destino...

A minha boca era a tua, não a minha...

falei das nossas coisas, agora só minhas,

bebi teu gosto na taça, na tua...

Vivi seu dia, morri o meu...

cantei o amor, o teu que não tenho,

suicidei a vida, a minha que não tens...



(Luiz wood)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

PRA MIM TANTO FAZ.....


Pra mim, tanto faz,
te amar,
ou te fazer um poema.

Pra mim, tanto faz,
ver teu rosto,
ou sonhar com você.

Pra mim tanto faz,
ser apenas poesia,
ou toda uma sinfonia.

Pra mim, tanto faz,
ser teu amante,
ou alguém que se ao longe.

Pra mim tanto faz,
ser mar forte,
ou estar além da morte.

Pra mim, tanto faz,
ser ainda o hoje,
ou o ontem que não acaba.

Pra mim, tanto faz,
ter ainda essa esperança louca,
ou ficar beijando a sua boca.

Pra mim, tanto faz....
se você estiver aqui, comigo!


(Luiz wood)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

AMAR VOCÊ É ESTAR


Amar você,
é fazer a mais linda poesia,
é estar aqui...só pra você!
Amar você,
é estar feliz o tempo todo,
é estar vivo...mesmo morto!
Amar você,
é enxergar no escuro,
é ver o mundo...no teu rosto!
Amar você,
é rabiscar papel pardo,
é fazer canção...o teu fado!
Amar você,
é navegar solto no mundo,
é riscar mapas...do amor profundo!


(Luiz wood)

LADRÃO DE VOCÊ


Vou roubar seu beijo,
roubar lá no fundo d'alma,
roubar das estrelas,
e lá no infinito oceano, roubar pra mim,
roubar seu beijo!

Vou roubar seu beijo,
roubar do suspiro dos poetas,
da tinta do artista,
e na sinfonia mais linda, roubar pra mim,
roubar seu beijo!

Vou roubar seu beijo,
roubar do meu próprio sorriso,
roubar de mim,
e dentro da minha boca, roubar pra mim,
roubar seu beijo!

Vou roubar seu beijo,
roubar das nossas madrugadas,
das noites insones,
e fazendo dele nossa noite, roubar pra mim,
roubar seu beijo!


(Luiz wood)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

MESMO CALADA


Quando você diz pertinho de mim,
sua boca quase roçando a minha,
a ponta do seu nariz tocando a ponta do meu,
os cabelos desalinhados acariciam meu pescoço,
e a sua respiração respira a minha....
Quando você diz bem pertinho de mim,
segredos absurdos e só nossos,
num sussurro quase gritado,
a voz rouca e minha,
e a sua língua atrevida molhando os lábios...
Quando você diz bem pertinho de mim,
seus seios tocando meu peito,
quase uma presença do paraíso,
cotovelos apoiados no travesseiro,
te olho de baixo, você deitada em mim...
Quando você diz bem pertinho de mim,
quase morro,
quando você diz bem pertinho de mim...
mesmo calada,
bem pertinho de mim!


(Luiz wood)

UM AMOR TÃO NOSSO


Quero me afogar de amor!

o amor de águas paradas,

de lagoas rasas,

de mar profundo!

Quero caminhar de amor!

de caminhos longos,

vielas tortas,

becos estreitos!

Quero peles de amor!

a sua macia,

a minha fervendo,

as nossas em chamas!
-
Quero apenas ser amor!

um amor de águas,

um amor de caminhos,

um amor tão nosso!



(Luiz wood)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

PASSOS LENTOS


Todos os dias caminho,

em passos lentos,

meus, tão meus os meus passos,

lentos, quase pensativos,

meus passos pensam muito,

quase indolentes,

apenas passos lentos,

meus, tão meus os meus passos,

chuto pedras como quem chuta o universo,

passos medidos e lentos.

Todos os dias caminho,

em passos lentos,

mas caminho,

todos os dias....

caminho,

caminho,

caminho...

em passos lentos!



(Luiz wood)

POR POUCO


O dia hoje amanheceu suave,
quase que nem senti o seu perfume,
o seu peso no meu peito,
por pouco deixei de pensar no seu sorriso!
Hoje, quando o sol me acordou,
lembrei dos seus olhos,
porque é inevitável,
mas quase não lembrei,
uma nuvem sequer,
e a lembrança nem estaria aqui.
Quase fiz duas xicaras de café,
mas fiz apenas uma, a minha,
e rindo, me peguei cortando dois pães,
mas foi apenas distração,
quase nem lembrei de você.
O dia hoje amanheceu suave,
quase não lembrei de você,
por pouco te esquecia,
mas são meus versos,
eles insistem,
eles lembram,
meus versos lembram!


(Luiz wood)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

FRIO...LENTO


Passamos o tempo,

onde minhas mãos eram serenas,

o tempo se escondia e nós não víamos,

nenhum mal em amar,

nenhuma dor nisso.
-
Passamos o tempo,

onde não haviam temores,

e éramos felizes só por amar,

e a vida foi nossa, plena vida,

até o inverno tenebroso chegar.
-
Passamos o tempo,

onde o calor se esvai em fumaças,

a neve cobre as nossas pegadas,

muito frio....muito frio,

e o nosso tempo, passando!
-
Lento...



(Luiz wood)

LINGUAS


Minha boca tem gosto de línguas,
a sua e a minha, misturadas,
tem gosto canela,
travo de aniz,
gosto de línguas misturadas.
o gosto do pecado molhado,
que tanta vezes molhamos,
das mordidas sangradas,
e das nossas línguas misturadas,
feito pernas entrelaçadas,
das promessas sussurradas,
olhar açucarado,
gosto de línguas misturadas,
dentro da boca vermelha,
do olhar perdido,
que se encontravam,
nos nossos olhares,
gosto de línguas misturadas,
canela e aniz travado.
Minha boca tem gosto de línguas.
das nossas línguas misturadas,
feito nossas pernas.



(Luiz wood)

QUASE CORAÇÃO


Quando disse seu nome,
foi quase sem querer,
a minha boca,
quase coração,
músculo involuntário,
ela disse,
quase sem querer.
jurei por deus,
prometi aos orixás,
meditei buda,
nunca mais dizer,
mas ela disse,
minha boca,
quase sem querer,
músculo involuntário,
quase coração.
ela disse seu nome...


(Luiz wood)

ENTRELINHAS


Retire todos os relógios,
arranque as folhas do calendário,
pare o tempo!!!
Chegou o tempo das feras loucas,
dos ouvidos moucos,
e palavras inúteis.
Pare!!!
Chega!!!
Não quero mais,
ser lido nas entrelinhas.

(Luiz wood)

UM MENINO QUE SONHAVA POEMAS


Faz tempo já,
meus pés pisavam estradas longas,
quase infinitas....um estirão de estrada!
Eram meus caminhos,
os percorri todos, cansado por vezes,
caronas, e sempre o sol,
o sol me guiando, meus tênis azuis,
sempre azuis, seguindo as estradas.
Um país inteiro cheio de estradas,
e eu percorrendo todas,
velho par de tênis, estradas longas,
e o coração, que de tanto amor,
ansiava estradas. e sonhos.
Meus olhos brilhavam. ansiosos,
polegar estendido. carona.
e todas as estradas do mundo,
pra mim, só pra mim....e eu indo!
alguns bares, alguns blues, alguns tudo,
e minha alma se enchendo,
de estradas, de belezas, de blues, de gente.
minha alma se enchendo, e meus tênis percorrendo,
e minha alma se enchendo dos poemas que ainda iria escrever.
quero percorrer tudo de novo, outra vez, tudo.
a saudades do que ainda iria ver...a vontade.
trazer isso tudo aqui nas minhas mãos...
nos meus pés cansados...e nos meus olhos brilhantes.
Eu quero tudo, tudo outra vez, preciso de novos poemas,
e meus tênis, de novas estradas!


(Luiz wood)

PERCURSOS


O violino, o arco percorre,

rio, flutua barcos,

mar acolhe monstros,

a lua, jorges e dragões,

estradas, nossos passos,

mãos, luvas e anéis,

boca o baton de fogo,

os muros, velhas frases,

felicidade, os sorrisos francos,

canções, velhos poetas,

as mesas, fartos pães,

solidão, gestos amargos,

o sol, tua pele nua,

luz, sombras cruas,

o teu corpo, eu,

eu percorro!






(Luiz wood)

LUZ....E....


Agora,
vou te mostrar meus poemas,
escreve-los em você,
te percorrer a minha pena.

Agora,
garatujar suas costas,
traçar sua barriga,
suave penugem.

Agora,
salivar teu corpo,
escrever obscenidades,
loucos poemas.

Agora,
brailicamente te ler,
tocar apenas onde quer,
adivinho seu querer.

Agora,
rabiscar suas coxas,
e no teu cheiro,
assinar meu nome...
Wood, Luiz wood...!


(Luiz wood)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

AEROPLANO


Voar aeroplano,

sobrevoar ao sabor dos ventos,

todos os seus sabores.

Voar aeroplano,

percorrer rasantes,

ver do alto os montes,

e o vale,

teus, montes e vale, teu.

Voar aeroplano,

looping na tua boca,

te ver do céu,

pousar suave,

pousar em ti.

Voar aeroplano,

voar e pousar,

em ti!


(Luiz wood)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

NUA


Te quero nua,

exausta como o sol,

azul como a terra,

fértil pão,

ansiosa fertilidade.



Te quero nua,

suave nuvem de pele,

sedenta boca,

riachando meu manancial,

doce chuva de outono.



Te quero nua,

inteiramente nua,

quase crua, quase cruel,

de tão nua!




(Luiz wood)

SABEMOS QUASE NADA


O que você sabe de mim...
ainda é pouco pra saber,
ou muito pra querer entender.
Você não sabe...
ninguém sabe, nem eu,
não sei quando acordo assustado.
Eu não sei...
e nem você sabe dos meus monstros,
mas eles sabem o meu assombro.
Não sabemos...
como continuar essa senda,
mas saberemos, quando chegar ao fim.
Eles não sabem....
mas nós sabemos de nós,
não resta estrada alguma.
Apenas os medos,
o medo de não saber nada,
nem de nós....que não sabemos nada!


(Luiz wood)

SEU SORRISO (ilude poetas)


Seu sorriso espalha,

feito areia no vento,

inunda as minhas ruas,

cantarola melodias!

Na curva do sol,

teu sorriso faz sombra,

refresca a vida,

protege o coração.

E quando chega a noite,

ele brinca de estrela,

e faz todos os poetas

pensarem que é só pra eles!

Ah, meu grande amor,

seu sorriso espalha!



(Luiz wood)

VOLTA


Porque você não vem?
percebe que eu estou aqui,
apenas pra te esperar?
que eu nunca fui,
embora tenha fechado a porta?
Porque você não vem?
você sabe que ninguém te beija assim,
você sabe que só as minhas mãos te conhecem,
e que apenas meu nome desenham a sua boca,
e que eu estou aqui, só pra esperar você.
Porque você não vem?
suas pernas gostam das minhas,
dessa confusão louca que elas fazem,
seus braços sabem as minhas costas,
seus olhos brilham os meus.
Porque você não vem?
porque não volta?
porque não está aqui?




(Luiz wood)

My Way (meu jeito)


Eu fiz do meu jeito,
caminhei enquanto chovia,
procurei abrigo quando não chovia,
percorri caminhos.
Eu fiz do meu jeito,
era menino frágil,
homem ainda perdido,
inundado de sentimentos.
Eu fiz do meu jeito,
mastiguei, engoli, cuspi,
beijei as suas mãos de luvas,
mordi seu anel.
Eu fiz do meu jeito,
pés descalços e bolhas,
caminhei meus caminhos,
eu fiz do meu jeito.


(Luiz wood)

ELA....


Ela....
é suave como o vento mais suave,
linda, como a própria beleza,
toda, se fosse menos, ainda seria toda.
Ela...
o próprio verão e sol,
carinho feito no gesto da imaginação,
a palavra que não disse, mas a boca adivinhou.
Ela...
é o meu olhar pleno,
meu peito arfante a gargalhar,
o meu desejo a desejar...Ela...

(Luiz wood)

PESSOAS E A CHUVA


Pessoas e a chuva,
pessoas passam,
a chuva passa,
você não passa,
e eu esperando na esquina,
você passar,
pessoas passam,
a chuva passa,
você não passa,
e eu esperando na esquina,
você passar.
De tanto esperar,
acabo virando esquina,
acabo virando chuva,
....e nada de você passar!
quem dera você virasse eu...


(Luiz wood)

COBRA DE FOGO


Boitatá,
cobra de fogo,
capoeira extensa,
perder à vista,
as cores todas,
caindo pesadas no alvorecer,
adaga na boca,
e a caipora à espreita.
Cravada a adaga,
outrora boca,
agora no peito!
Baionetas violentas,
fardas podres,
e meu poema chora,
cravada a adaga.
Minha boca muda,
meu peito quieto,
e todas as lendas caladas,
não calaram meus amores,
e nem as dores!
apenas crava a adaga.

(Luiz wood)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

SOMOS POETAS


Supor bocas e olhos,
supor que saíriamos incólumes disso tudo.
Bobagem,
não somos assim,
nem eu, nem você,
esse mundo de ser normal não é nosso!
Buscamos o mesmo,
o anormal, o fundo querer,
o profundo amar!
Buscamos o gesto,
o arrancar da alma,
o torcer da paixão!
Supor bocas e olhos,
supor que pudéssemos viver depois disso tudo.
Bobagem,
não somos assim,
nem eu, nem você,
essa coisa normal nos anormaliza.
Derrubamos a razão,
erguemos palavras d'alma,
derrubamos velhas hipóteses!
Supor bocas e olhos,
supor que saíriamos ilesos depois disso tudo.
Bobagem,
não somos assim,
nem eu, nem você,
somos poetas,
eu e você,
poetas.


(Luiz wood)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

ÁCIDO


Teu nome é pitanga,
doce e melada,
vermelha, afogueada.

Tua pele é água,
lisa, fresca,
às vezes salgada.

Teus olhos são cor,
azuis, marrons, verdes,
abismos negros.

Tua mão é vento,
acarinha, arranca,
suave tempestade.

Teu amor é ácido,
corrói, penetra,
machuca e mata!


(Luiz wood)

DELICADAMENTE...


Aos poucos,
com cuidado,
vou me despindo de você.
Quase delicado,
lentamente,
tiro todos os teus cheiros.
Suave,
mansamente,
esqueço seu sorriso.
Com vagar,
na ponta dos pés,
apago o seu rastro.
Em silêncio,
sussurrando, shhhhh,
te digo adeus!

(Luiz wood)

QUANDO


Quando te percorria com minhas mãos,
conhecia todos os caminhos,
cada atalho, curva e desvios.

Quando te devorava meu sabor,
te sabia amarga ou doce,
seca ou molhada.

Quando enfim, eras minha,
era tão completamente minha,
que te caminhava e comia.


(Luiz wood)

BOLEROS INÚTEIS


Boleros inúteis...
um pra lá, dois pra cá,
mão na cintura,
a minha direita segura a sua esquerda,
cabeça erguida, perfume forte,
sapato de verniz,
salto alto,
bala de aniz,
riso farto,
boca falsa,baton carmim,
terno gasto,
flor na lapela, morta,
el dia que me quieras,
drama,
e a ilusão de hoje ser,
el dia que me quieras
la rosa que engalana...


(Luiz wood)

CONOSCO, SOZINHOS


Comigo, assim, desse jeitinho seu.
Comigo, assim, com esse carinho teu.
Comigo, assim, com esse seu olhar meu.
Comigo, assim, só comigo, sozinho!
Nós dois nessa onda.
Nós dois nessa vida louca.
Nós dois nesse olho do dragão.
Nós dois nesse porto longo.
Comigo, apenas nós dois,
Conosco, apenas eu e você.

(Luiz wood)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

QUERO MAIS...E MAIS


Quero mais,
mais alto voar,
mais do amor,
e se asas de condor,
mais fortes e rasgantes.
Quero mais,
uma luz mais clara,
mais da dor,
e se cego de ver,
mais tato a te tocar.
Quero mais,
mais alto soar,
mais do cantar,
e se canção pura,
mais suave seu falar.
Quero mais,
e mais de mais,
e se for só por te amar,
mais e mais...ainda te amar.


(Luiz wood)

FOLHAS DE OUTONO


São tantas as folhas de outono,

caídas em um chão qualquer,

são tantas as folhas de outono,

e tão poucos amores para louvá-las,

são tantas as folhas de outono,

e meu coração aqui, frio,

esperando por novas e tantas,

folhas de outono!


(Luiz wood)