sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Quintal

No meu quintal,
recolhido atrás da casa,
tem pedra, tem grama,
tartaruga tímida e pomar,
tem cerca mal ajambrada,
tem escondido o teu olhar.

No meu quintal,
bem ali, no portão de entrada,
tem a roseira espinhada,
caracóis e formigas atarefadas,
algumas margaridas desfolhadas,
de tanto bem ou mal-me-querer.

No meu quintal,
escondido no porão,
tem cogumelos aflitos,
restos de vida, tem escuridão,
e porque não tem seu sorriso,
... é repleto de solidão.


( Luiz wood )

6 comentários:

  1. Uma mistura de infância e bem querer.
    Uma mistura de boas lembranças e dissabor.
    Uma mistura de amor vivido e dissolvido.
    A foto resume algo de belo, forte e triste. Margarida, pedra e cor. Adoro a composição de poema/fotos.
    Grande abraço.
    Calixto - SP

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  2. Quando lemos a 1ª vez, passa a impressão de ser singelo, logo percebemos o tanto que é forte e belo, e demonstrado na beleza e "fragilidade" da flor entre pedras, solitária, porém, resistente.
    Wall

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  3. Belo e majestoso poema em sua plenitude, ser puro como criança, singelo como a flor e firme como uma pedra.
    Parabéns

    Grade abraço

    Regina - SP

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  4. Este quintal remete a vida:
    - dura como pedra;
    - insensata como criança;
    - mortal como a flor.

    Tomara esse poeta não seja como o poema.

    Abraços
    Valeriana - RJ

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  5. * Para chegar a um quintal..seja ele...um quintal,aonde podemos deparar com gratas surpresas da Vida...há a necessidade de uma porta,um portão...se Vc abrir esta porta ou este portão...as tais surpresas da Vida..surgirão...arrojadamente,mas creio que surgirão como a encantadora Luz que uma estrela suprema possa possuir.A sua,a minha e a de todos nós...Luz da humanidade...Que satisfação Luiz em estar aqui,defronte à tamanha preciosidade em seus poemas * Bjo BETH

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