sábado, 19 de julho de 2008

Hoje

Hoje, vou partir,
amanhã, quem sabe?
Nada importa se você mudar de mim,
o sol vai ser o mesmo,
as paredes ainda terão manchas,
nossas línguas ainda procurarão.
Hoje, vou partir,amanhã,
quem sabe?
Nada importa se você mudar de mim,
as nuvens vão chover,
nossos vícios serão os mesmos,
a beleza ainda estará.
Hoje, vou partir,
amanhã, quem sabe?
Nada importa se você mudar de mim,
você ainda estará em casa,
o giz ainda riscará o quadro,
o seu sapato continuará pisando.
Hoje, vou partir,
mas voltarei mais tarde...
Por que você estará aqui.




( Luiz wood )

Bastou

Bastou ter você,
pra vida mudar.
Pro sol raiar,
a lua brilhar.
Pro mar se abrir,
a boca secar.
Pro céu cair,
o rádio tocar.
Pra noite chegar,
o baton pintar.
Pra guerra acabar,
o sono chegar.
Pro avião pousar,
o cego ver.
Pra areia pisar,
o Batman chorar.



( Luiz wood )

Dizer

Dizer que tudo será eterno,
bobagem,
nada é,
nem você, ou eu,
nem lágrimas,
nem risadas, ou calar,
nem fuga,
nem retorno, ou voltar,
nem beijos,
nem morder, ou boca,
nem poema,
nem história, ou viver,
nem pecado,
nem missa, ou céu,
nem o risco,
nem seguro, ou lar,
nem saliva,
nem fome, ou cama,
nem dias,
nem décadas, ou séculos,
nem perene,
nem efémero,
ou fugaz,
nem riacho,
nem rio, ou mar,
nem nós,
nem você, ou eu.


( Luiz wood )

Conhecendo

Você está bem?
Feliz?
Por onde andou?
Do que gosta?
Porque sorri?
Está chorando?
Me conte seu sonho....
Quem invadiu seu pesadelo?
Quer um abraço?
Esta com medo?
Vai passar...
Qual a sua cor favorita?
Pincéis?
Lápis?
O azul é lindo....
Não acha?
Vamos?
Juntos?
De mãos dadas?
Abraçados?
Divertido estar com você....
Quer um sorvete?
Um chocolate?
Pipoca?
Adoro manga...
Quer provar?
Morder?
Arriscar?
Quer?
Ser minha...



( Luiz wood )

Perdemos

Onde perdemos?
Olhou no chão,
atrás dos móveis,
em baixo da cama?
no canto escuro,
no vão das mãos,
no gesto esquecido?
no beijo perdido,
na palavra não-dita,
no olhar longínquo?
Onde perdemos...
Nem sei.


( Luiz wood )

Quando

Quando te conheci,
chovia....
e você usava um guarda chuva vermelho,
galochas amarelas,
um sorriso branco.
Quando te conheci,
havia girafas nos postes,
leões nos jardins,
pedras no céu.
Quando te conheci,
era feriado...
tinha banda,
tinha coro na igreja,
tinha toalha na grama.
Quando te conheci,
um sonho começou,
a estrada terminou,
meus olhos brilharam.
Quando te conheci,
nunca mais fui o mesmo....




( Luiz wood )

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nada

Bebi minha sede,
no seu suor.
Descansei meu cansaço,
no seu corpo exausto.
Arranhei minhas mãos,
nas suas costas aflitas.
Cruzei mares pesados,
nos seus sonhos afogados.
Jurei ser amado,
nas suas palavras mudas.
Sorri tristemente,
no seu sarcasmo irracional.
Senti a dor,
e você... nada.
Você não sentiu nada.




( Luiz wood )

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Teu

Fui mais teu,
que meu.
Corri querendo,
e você nem me deu,
Agora que sou meu...
você me quer teu.


( Luiz wood )

terça-feira, 15 de julho de 2008

Vacilos

Meus pés vacilaram,
as mãos suaram,
pernas balançaram.
Meus olhos repletos de areia,
procuraram no tempo,
não encontrei...
Onde está o sonho?
Cadê o sono?
Marchamos...
Coração vacilou,
a palavra balbuciou,
e nada surtiu efeito...
Risos sínicos,
dentes manchados,
corpos expostos...
Cruel.
Fatal.
Real.
Onde está o sonho?
Cadê o sono?


( Luiz wood )

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Tudo tão

Tudo tão belo....
tão posto,
tão chama,
tão calma,
tão flor,
tão campo,
tão mar,
tão longe,
tão curto,
tão doído,
tão doido,
tão sem,
tão com,
tão nós,
tão eu,
tão você...


( Luiz wood )

Sentir você

Sentir você,
foi como o toque da seda,
como a marola do mar,
como o vento brisar o meu rosto,
a chuva garoar a terra,
o sol morenar a areia.
Sentir você,
foi como a corda da guitarra bluesando,
como coral gritando canção,
o olhar olhando cor,
a boca beijando sabor.
Sentir você,
foi como rimar poema novo,
como reclamar posse,
como selar sorte,
a morte vencida,
a estrada corrida.
Sentir você,
é renascer,
a cada toque.


( Luiz wood )

É preciso

Pra se viver...
é preciso que se tenha um amor,
é preciso que se olhe as estrelas,
é preciso que se sonhe,
é preciso.... precisar viver.


( Luiz wood )

domingo, 13 de julho de 2008

Blues

Ouvir seus olhos,
como ouvir um Blues.
Como um solo de guitarra,
como uma nova canção.
Ouvir seus olhos,
como conhecer voz,
como compor sem notas.
Ouvir seus olhos,
como inspirar,
quase sem respirar.
Ouço seus olhos,
como ouço Blues.
Quase sem respirar.


( Luiz wood )

Fome

Eu não sei o que me consome,
se é a dor,
ou a fome.
A dor de perder,
ou a fome de querer ter.
A dor do nunca mais,
ou a fome de ser jamais.
A dor de ser nenhum,
ou a fome de ser um.
A dor que mata,
ou a fome de nada.
Eu não sei o que me consome,
se é a dor,
ou a fome.
A dor de não te ter,
ou a fome de ser você.
Eu não sei o que me consome,
se é ser eu,
ou se é ser você.
Ou ser nada,
junto à você.
Eu não sei o que me consome...
É a fome,
a fome me consome.


( Luiz wood )

Olhar

Meu desejo olha,
assim, como quem não quer nada.
Assim como quem quer tudo.
Assim como quem quer você.
Meu desejo olha,
como quem olha mulheres na praia,
como quem olha querendo algo.
Meu desejo olha,
assim como quem vai ter alguém esperando,
assim como quem vai ter amor.
Meu desejo olha,
como quem olha pra você
e, se for pra não te ver,
melhor ser cego.
Melhor nem desejar olhar.
Melhor nem ver.


( Luiz wood )

Pedido

Infinitas estrelas,
um só pedido...
Ter você aqui,
...pra olhar o céu comigo!


( Luiz wood )

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Se for

Se for pra ser algo,
sou raro.
Se for pra ser um,
sou vários.
Se for pra ser nenhum,
sou todo.
Se for pra ser qualquer,
sou à toa.
Se for pra ser estrela,
sou do mar.
Se for pra ser sábio,
sou criança.
Se for pra ser alguém,
sou você
... o que sempre dá no mesmo.



( Luiz wood )

Alma

Quero você solta,
quero minha.
Quero você alta,
presa no sonho.
Quero você voando,
dentro de mim.
Quero você alma,
liberta,
branca,
indelével,
infinita...
como a alma,
assim te quero.
Calma.
Alma.



( Luiz wood )

terça-feira, 8 de julho de 2008

Desejo

Há que se ter,
desejar, querer.
Há que se sonhar,
Por tudo a perder.
Há que se viver,
Por nada, morrer.



( Luiz wood )

Rua

Meu coração é rua....
calçado de lajotas,
pedras, brita,
de terra batida.
Meu coração é rua...
de passos indolentes,
de calçadas largas,
gestos indigentes.
Meu coração é rua...
mão de duas vias,
um gesto afaga,
...outro aflita.
Meu coração é rua...
tem ciranda e pião,
e se tem amarelinha,
tem céu, tem inferno.
Meu coração é rua...
em estrada, nem beco,
é só rua torta,
em direção à lua.
Meu coração é rua...
tem mares, tem rios,
estrelas, bêbados,
bailarinas e navios.
Meu coração é rua...
e se tem um bosque,
...tem solidão.

( Luiz wood )

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Olhar


Quando me olho,
me olho meio assim de relance,
porque se permaneço,
não me olho mais que um instante.

Quando me olho,
me olho meio assim que de repente,
porque se fixo o olhar,
sei que estarei indiferente.

Quando me olho,
me olho meio assim que cego,
porque se me turva a vista,
não sou mais, eu me nego.

Quando me olho,
me olho meio assim que inexato,
porque quando não te vejo,
eu não existo de fato.


( Luiz wood )

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Coragem

...Coragem!!!
Cor... a gente tem...
Falta, ... Coragem!!!


( Luiz wood )

terça-feira, 1 de julho de 2008

Sol Nascente

Queria saber algo em japonês...
Mas qual!!!
Não passo de um sayonara
e arigatô.
Queria saber algo em japonês...
Mas qual!!!
Gostaria hoje de usar um quimono,
pisar num tatami,
usar corretamente o hashi.
Mas qual!!!
Gostaria hoje,
de ser um pouco japonês...
Mas qual!!!


( Luiz wood )

Tatuagem

A tatuagem que não foi desenhada,
Os olhos de japonesa não traçados
O quimono não comprado,
O cabelo pintado,
O desejo executado.
Lembranças nossas,
De mais ninguém.
Sua e minha...
Tatuando olhos,
Vestindo desejos,
Executando lembranças,
Pintando cabelos.
Desejos que nunca mais...
Nunca mais tatuados.

( Luiz wood )

Poema

Somos rimas,

Eu poeta...

Você poesia...

Sua boca, folha,

A minha...tinta.


( Luiz wood )