quarta-feira, 29 de abril de 2009

...tanto tecido


o tecido todo jogado sobre seus joelhos! sobrava tecido, de linho, branco, grande! sobrava tecido, faltavam joelhos. as mãos frágeis o alisavam delicadamente, o carinho no homem amado, o carinho no rosto do filho, o carinho do colher rosas. as mãos frágeis o alisavam delicadamente.
em cada trama, cada pedacinho do pano, de linho, branco, ela recordava a própria vida, alisando delicadamente. era tanta vida ali jogada sobre seus joelhos! sobrava vida, de vida, branca, longa! lembrou seu homem! um dia ele chegou e a pegou pela mão e foram viver tão longe, tão sós, tão felizes! lembrou cada beijo, cada gemido, cada gozo, cada riso e todas as noites! um caminhar inteiro, uma vida toda de amores e paixão! e agora apenas as lembranças e aquele tecido ali, jogado sobre seus joelhos! de linho, branco, grande! queria vida, queria seu homem, queria a vida com seu homem, e tudo o que tinha era apenas aquele tecido todo jogado sobre seus joelhos ! sobrava tecido, faltava vida.....

(Luiz wood)

perguntas fáceis


Eu ando pensando...
e se o sol cair,
e a lua nunca mais subir?
se te olho,
vale a pena nunca mais ver?
se tropeço,
posso cair no seu colo?
se a geladeira é tão fria,
vamos pra cama nos esquentar?
meu telefone está mudo,
não sei mais falar?
se agora ando tão elegante,
o que fazer com minhas havainas que não soltam as tiras?
se não te ver hoje,
devo morrer de saudades?
os retratos na parede quando me olham,
fotografam a minha alma?
se, por você, mato um leão por dia,
sou o rei da floresta?
se penso,
existo?
se não tenho você,
adianta existir?
Eu ando pensando.....


(Luiz wood)

sincretos


Muito escuro! as ladeiras pareciam intermináveis! e ele seguia por elas, ladeiras longas, escuras e silenciosas! apenas alguns latidos...estranha a linguagem dos cães! estranha linguagem.
sem nenhuma luz, nada, escuro. e o pensamento constante dentro dele! onde ela estará? volta?....achava que não! orações, simpatias, rezas...não, ela não voltou! falta fé! falta crer! falta ela....sem ela, não crê, não tem fé! redundante. muito escuro e ladeira! mas jorge não lhe faltará, prometeu velas, prometeu rezas, prometeu a vida, jorge não lhe faltará!
meia-noite...ainda escuro, ainda ladeira, ainda silên.....atabaques, todos da bahia, todos ao mesmo tempo, ensurdecedor e a lua cheia e junto com ela, jorge o cavalo, ele veio...todos os atabaques da bahia...todos, ensurdecedor, jorge não lhe faltou. os terreiros gritaram naquela noite....
ela dobrou a esquina, e de braços estendidos, foi ao seu encontro.
jorge não lhe faltou!

(Luiz wood)

Tela


Quero um amor de fantasia,
de sentimentos,
de alegrias.
A sua vida aqui,
nas nossas mãos,
um brilho de olhar,
um raio de lua,
árvores e rios,
beijo e poesia.
Eu pincel,
sua pele tela,
traços abstratos...
a paixão,
tinta linda,
cor,
viagem,
loucura,
amor.
Ser esculpido nas suas mãos,
argila febril,
desejo úmido,
teu forno tão quente e lindo,
é minha...
sou teu...
tão nosso,
o amor de fantasia!
nosso amor...


(Luiz wood)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Amantes em Ausentes


A nossa vida caminha,
entre fantasias que surgem aos poucos,
nossos pés descalços,
nossos cães e jardim,
um quintal lá fora,
você aqui dentro,
as suas mãos sujas de terra,
as minhas com tantas tintas,
e nos acariciamos assim,
a árvore, o coador,
o gato na nossa cama,
o chão vermelho,
e o nosso bordado com amor,
a sua boca na minha,
as suas mãos, que alegria,
o seu corpo toma o meu,
tomamos café em canecas,
e o frio nos abraça, abraçados,
a sua paz, a minha,
o nosso amor...bordado!
...durmo em você!


(Luiz wood)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

...lençol....


Venha, lave meus lençóis,
no seu riacho fundo e meu,
me faça louco e teu,
me faça cores e curvas,
rosa, paixão e caminho!
Nosso amor lençol,
bordado em linho,
em seda, lã e algodão,
me estenda nos seus varais....
me deixe estirado exausto!
Seja meu lençol,
na minha cama leve,
generosa, faminta e linda,
caminho, amor e flor,
tão minha, me cubra....
tão linda!

(Luiz wood)

...sou um!


Quando a chuva caía,
eu te amava.
Quando era sol forte,
eu te amava.
Quando era abismo,
eu te amava.
Quando era mar,
eu te amava.
Quando era triste,
eu te amava.
Quando era sombra,
eu te amava.
Quando era tanta luz,
eu te amava.
Quando era só,
eu te amava.
Quando era multidão,
eu te amava.
Quando era feliz,
eu te amava.
Quando era vida,
eu te amava.
Quando era rio profundo,
eu te amava.
Quando era água quase parada,
eu te amava.

.........não quero mais te amar,
agora que sou um!


(Luiz wood)

domingo, 26 de abril de 2009

Anjo!


"O sol se converterá em sombras, a lua em sangue, antes que venha o dia, grande e espantoso, de Deus..." (Joel 2:31)

o maldito anjo e sua espada flamejante, cheio de ira, nos impôs a sua espada....maldito anjo! era dia e era noite, dia escuro, lua de sangue feito sol...vermelha, grande e vermelha, feito sol....e o anjo e seu dedo acusador apontado...cabeças baixas, como se aceitássemos as acusações do dedo acusador, a punição da espada flamejante...e o maldito anjo irado! onibus e carros tombados, semáforos todos vermelhos, como a lua de sangue, feito o sol, pessoas desesperadas...e lá no alto o anjo e sua espada! castigo inclemente....! vidraças quebradas, explosões nos túneis do metrô, paredes pixadas...e pessoas desesperadas! e o anjo, o maldito anjo e sua espada, lá no alto, acusando....apontando o dedo acusador, joelhos orando, prostrados, joelhos clamando por misericórdia...e todos nós acusados como se não mais houvesse pecados, todos espiados, expurgados, pelo anjo e sua maldita espada flamejante! não há mais pecados, apenas castigos de um anjo inclemente e pecador....por ser incapaz de perdoar! vou pra casa...vou te esperar...e juntos, fazer com que o sol volte a brilhar.....vou pra casa! que se dane o maldito anjo e sua espada em fogo....que se dane!
vou pra casa te esperar......


(Luiz wood)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

...chuva da tarde!


Esperei a chuva,
só pra te ver molhada,
te ver dançando,
olhando pro alto,
e o seu rosto molhado....
Esperei a chuva,
ela vem junto com seu carinho,
me inunda de ternura,
molha meus pés,
me prende à você....
Esperei a chuva,
era tarde de sol,
mas ela veio, e trouxe você,
a chuva e o sol, e você,
me inundaram,
de chuva, de sol, e de você....


(Luiz wood)

Madrugadas


...tantas madrugadas,
que nos perdemos, sem encontrar,
que nos beijamos tanto,
a minha boca nunca mais foi a mesma...
minhas mãos sentiram tanto os teus seios,
que não conhecem mais outras formas,
meu cabelo se enroscou com o teu,
e amarrados, dormimos juntos,
teu cheiro pela nossa janela aberta,
fez corar as flores do jardim,
e seus olhos, olharam tanto os meus,
que quando não os via, era cego,
as roupas em bagunça, jogadas,
pareciam exaustas também,
e por fim, tontos ao levantar,
te banhava de sabão e luar,
a minha lingua, toalha suave,
te aquecia e convidava,
venha....deite-se aqui,
o sol já vai sair.....
....tantas madrugadas!


(Luiz wood)

minha vida e amor meu...


É fria a manhã...e nebulosa!
Veja, lá na frente o sol se levanta,
veja minha vida, o sol se levanta.
Me de sua mão, amor meu, vamos,
lá na frente, o sol se levanta,
venha minha vida e amor meu!
...lá na frente o sol se levanta.


(Luiz wood)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

...uma nova ponte


há uma nova ponte,
ligando algo,
trazendo algo,
me levando à algo.....

há uma nova ponte,
uma ponte minha,
segura e firme,
e eu vou....

há uma nova ponte,
e existe um outro lado,
o lado de lá logo ali,
pra além da ponte....

há uma nova ponte,
e vou seguir,
vou descobrir,
finalmente ver...

que há uma nova ponte....


(Luiz wood)

...sonhei!


Esta noite, durante o sonho,
eu vi...e tive tanto medo,
tive medo e estava só!
Alguns monstros velhos,
voltaram..e me disseram,
-estamos de volta!
eles voltaram e você não estava,
acordei tão só...
Alguns eram novos, os monstros,
eram novos e assustadores,
-nós voltaremos!
eu acordei tão só e com medo!
eu quero dormir novamente,
eu quero sonhar apenas sonhos,
eu quero acordar e te ver,
te tocar e me sentir seguro,
venha e deite aqui,
não deixe que eu acorde só,
expulse meus monstros,
como fiz com os seus!
não me deixe acordar tão só!
venha e deite aqui....


(Luiz wood)

....venha noite...


Oi noite!
podemos conversar?
tenho tanto à te contar,
tanto pra você saber,
tenho tanto de você noite,
que quase somos um só,
eu e você, noite!
venha, sente-se aqui,
temos a mesa,
temos a bebida,
temos tanto e tanto,
mas não temos paz,
nem temos paz...e paz!
só a paz da noite,
mas sente-se,
quero beber você,
taça enorme e cheia de estrelas,
e de ventos....
ventos noturnos!
venha noite,
vamos brindar ao novo Deus,
os homens acabaram de inventar um novo Deus,
ele é azul, às vezes,
noutras, vermelho,
vermelho, o novo Deus é vermelho,
como os meus olhos,
e você, noite, não tem olhos,
mas mesmo assim,
me enxerga tanto!
venha noite,
vamos beber e brindar,
tim tim....à nossa loucura.
ao novo Deus vermelho,
meu Deus!!!! inventaram um Deus vermelho....
um Deus de plástico, e mudo,
e vermelho!
venha noite....
sente-se aqui,
hoje seremos só nós dois,
ela se foi embora...
ela foi embora, noite,
ela se foi e estamos sós, noite,
eu e você!


(Luiz wood)

terça-feira, 21 de abril de 2009

os poemas de outono


Estive por ai caminhando....
buscando o poema de outono! procurando por folhas caídas! em busca do silêncio de outono!
e vi pessoas. pessoas silenciosas, pessoas de outono! vi as ruas que nunca terminavam. vi pessoas silenciosas, pessoas que caminham por ruas que não terminam, pessoas de outono! Caminhei e procurei por canções, caminhei e procurei em todos os cantos, cada curva, cada gaveta, cada desejo, eu procurei. e vi apenas o silêncio, pessoas que falavam, mas não conversavam, ouviam e não escutavam, apenas o silêncio! musicas que não cantavam, notas que não tocavam, pessoas, só pessoas e o silêncio das pessoas de outono! eu caminhei e procurei. estive no mêtro, e vi as paredes pichadas dizendo do novo deus que virá. igrejas lotadas, pessoas procurando o deus que já se foi.
e tudo era outono e silêncio. e eu caminhei por ai procurando....os poemas de outono!
ergui a gola do meu casaco, frio, frio e congela os ossos, congela a alma. eram ruas estreitas, meus passos fizeram barulho quando meus passos insistiram....caminhei pelo outono, caminhei pelo silêncio... e procurei.
no outono estive caminhando e procurando....os poemas de outono!


(Luiz wood)

te vi tão longe....


olhei e te vi tão longe, e entre tantas coisas, te vi na paixão, te vi muro, te vi pedras, algumas formas, te vi muro, pedra e sobre tudo te vi paixão, e por isso estou cego. olhei e te vi tão longe, e entre tantas coisas, te vi dor, a dor da minha paixão, matizes de cor, de todas as cores, de todas as matizes, colorida e linda, mas dor, dor da minha paixão, cinza, quase cinza de tão cega. olhei e te vi tão longe, e entre tantas coisas, te vi despida, de amor, de compaixão, de tão cruel estava nua, nua e distante, num voo pássaro alto, tão alto que não te alcanço, tão alto teu voar, que não te alcanço. olhei e te vi tão longe, e entre tantas coisas, te vi porto, te vi mar, te vi léguas e léguas, e meu vento não te trouxe, te levou...pra tão longe....olhei e te vi tão longe!


(Luiz wood)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Assim....vento!


Assim....vento!

sussurrado no ouvido,

delicadamente beijado,

toque dado à boca,

assim....vento!


Assim....vento!

canta ninar,

frio quase n'alma,

brisa no rosto,

assim....vento!


Assim....vento!

precipiar precipícios,

abismos abismados,

olho olhado no olho,

assim....vento!


Assim....vento!

pulmão cheio,

boca seca,

coração voando,

assim....vento!


Assim....vento!

pipas soltas,

balões em festa,

você na minha cama,

assim....vento!



(Luiz wood)

tatame


pise silenciosamente,
entre no meu tatame,
mansa, calma, linda,
ande, pés infame, pise,
esconda-se no meu edredon,
venha sem pele, nua,
linda, minha e crua,
mas, pise silenciosamente,
entre no meu tatame,
deixe o calçado do lado de fora,
junto com suas roupas,
quimono suado, nossa luta,
brilhos tantos, nossa lua,
e você linda, minha e nua,
linda, minha e crua,
entre no meu tatame,
linda gueixa e guerreira,
pise silenciosamente,
e entre no meu tatame!

(Luiz wood)

domingo, 19 de abril de 2009

...ei você!


você está com a cara contra o muro!
ei! ei você! não vai me ligar??
com a cara voltada contra o muro....
não percebe que estão enterrando as nossas luzes?
não vê que todos estão indo?
que nos resta pouco tempo?
não percebe?
ou vai continuar com a cara voltada contra o muro?
vamos, vamos juntos....vamos fazer uma canção, um poema, tocar algo....vamos fazer algo!
ou vai continuar com a cara voltada contra o muro?
ei! ei você!
eles estão quebrando todas as nossas garrafas,
eles estão marchando,
estão recolhendo os pássaros,
e a sua cara continua voltada contra o muro!
vamos....venha comigo,
se andarmos depressa,
talvez consigamos mudar tudo,
venha comigo...vamos mudar tudo isso.
ei! ei você!
ainda com a cara voltada contra o muro?
você não pede ajuda,
não pede nada,
só fica aí,
com a cara voltada contra o muro!


(Luiz wood)

sábado, 18 de abril de 2009

...me falta o ar!


está difícil respirar,
quando você não está, me falta o ar,
me escurece a visão, me falta a luz,
me falta o ar, difícil respirar,
quando você não está, me falta amor,
me sobra dor...quando você não está!


(Luiz wood)

....minha...


minha canção,
flor e meu jardim,
minha rua deserta,
meu desespero,
minha fé que não tenho,
minha poesia,
minha poeta,
canção e rima,
meu dia,
minha espera
minha saída,
porta e ventana,
meu canavial,
meu nada à fazer,
rede no alpendre,
minha noite,
dor e prazer,
minha angustia,
minha alegria,
minha madrugada,
meu sonho de ser,
meu manancial,
minha fonte e sede,
minha rede,
meu barco,
meu peixe,
fome e comer,
meu lago e mar,
meu rio e corrego,
minha estrada e caminho,
meu desejo e morte,
minha vida,
...amor meu!


(Luiz wood)

venha...amante e menina!


Venha,

traga contigo a vida,

traga contigo a luz de todos os faróis,

venha, como a manhã,

como a noite, como a madrugada,

venha como poesia,

venha como poeta, peito rasgado,

traga a rima nas suas mãos,

traga a prosa jogada ao chão,

venha minha amante,

venha minha menina,

minha mãe e meu pai,

venha...mulher,

traga as cartas não escritas,

traga os amores vivos,

venha....

apenas venha,

mesmo que não traga nada,

mesmo de mãos vazias,

venha...

e me traga você!



(Luiz wood)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

...amor de Frida e Diego!


Eu não sei, um dia cheguei a achar que era minha. bobagem, nem eu mesmo me pertenço, como poderia querer tê-la presa à mim? como pude te querer minha? se nem tua és também....Mas um dia, cheguei mesmo a querer-te só minha....mas nem tua és...queria o amor de Frida e Diego, bobagem...esse amor é apenas deles, como poderia ser nosso? se nem mesmo à mim me pertenço e nem tua és. o querer dar o céu a ti, mas nem o céu é meu, o céu é dos astronautas que lhe traçam rotas, não, o céu não é dos amantes, o céu pertence aos astronautas que lhe traçam rotas, amantes amam e supõem ter alguém...bobagem!por um tempo te queria mulher, porque me supunha homem, mas esse querer mulher por ser homem pertence à quem é Deus, e eu não sou Deus e nem santo, santos são tristes, não quero ser santo..nem Deus!te julguei minha, e tanto te vi assim, minha, que quase acreditei nisso....como pude? se nem eu mesmo à mim pertenço, como pude te querer minha? se nem tua és....queria pra nós o amor de Frida e Diego, mas esse amor foi apenas deles...apenas deles...apenas deles!de Frida e Diego...o amor deles! apenas deles...


(Luiz wood)

garrafa de naufrago!


Tantos elos nos prendem as mãos,
tantas correntes e silêncio,
palavras não ditas aprisionam.
Teu olhar me prende,
a sua boca, a sua fúria,
e o seu silêncio...prende!
Cale-se, me liberte,
solte-me as asas,
para que eu possa regressar,
feito garrafa de naufrago,
pra sua ilha enfim,
me aprisionar!

(Luiz wood)

A Esfinge e o Poeta.....


Sou poeta...
e a minha poesia não quer ser apenas lida,
ela quer ser usada como uma camisa,
vestida do avesso, colada às costelas,
ela quer, precisa, ser faca e chicote,
se não pra quem à lê,
ao menos pra quem à escreve,
que ela seja meu chicote,
seja ela a deixar o machado cair,
e tal e qual um carrasco,
se comprazer na degola.
Sou poeta...
por vicio, vocação, sina e maldição,
não sou mais o dono de mim,
pertenço aos amores,
que me fazem poeta,
por vicio, vocação, sina e maldição,
mas não quero ser lido,
quero ser devorado, mastigado,
ruminado, vomitado e novamente devorado,
Sou poeta...
sou foto em preto&branco, nua e crua,
devorado por formigas famintas,
me escrevem a pele,
comichão em membros que não possuo,
a vontade de ser sol e lua,
eclipse cego de se olhar,
Sou poeta,
multiventado, múltiplos ventos solares,
sou pó e chão, nuvem e avião,
carro, trem, bonde e ladrilhos,
gritando pra você ouvir que,
Sou poeta,
por vicio, vocação, sina e maldição,
não me leia,
devora-me,
ou nunca mais te decifro....


(Luiz wood)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

tinha uma luz azulada, quase lua.....


Ela me chamava de sol, e era quase lua. Tinha uma luz quase que azulada. e me chamava de sol.
eu quase não à percebi, mas ela estava lá, paciente como a lua...quase azulada. suas mãos eram brancas, muito brancas, dedos compridos, como os dedos de quem toca piano. e ela me acenava, e me chamava de sol. quando enfim percebi, saí do meu quarto escuro, fui pra rua, atendendo o seu chamado. ela me chamava de sol. ela era quase lua! de uma forma sútil foi me seduzindo cada dia mais com suas mão brancas, seus dedos longos que me acenavam e me seduziam. me tirou do lugar escuro em que eu estava. me trouxe para a rua. me disse que me amava. que me queria pra ela. que precisava de brilho. ela me chamava de sol, e ela era quase lua. tinha uma luz azulada. e o quarto escuro, deixou de me possuir. era um quarto de Allan Poe. escuro. e ela me trouxe pra rua. me acenou com suas mão brancas. me chamava de sol. e ela era quase lua...tinha uma luz azulada...era quase lua! agora que me acenou e eu atendi ao seu chamado, estamos ambos sol e quase azulados.....quase lua. estamos sol. e ela ainda me chama....sol!
"...e a minha alma para fora dessa sombra...que flutua sobre o chão...não se levantará...NUNCA MAIS ...." (O CORVO - Edgar Allan Poe )

(Luiz wood)

Já é quase noite aqui....


Já é quase noite aqui...

nessa hora a luz é incerta,

o vento é frio,

e a saudade é forte!



Já é quase noite aqui...

nessas horas, meu coração voa,

meus olhos se fecham,

e penso em você, só em você!



Já é quase noite aqui,

nessa hora, tudo se recolhe,

minha alma fica ansiosa,

quero tanto te ver!



Já é quase noite aqui,

a tarde está indo embora,

leva a luz dela, trás a da lua,

penso em você, vontade de te ter mais....


(Luiz wood)

....louco!


Perdi o controle...
perto de você perco a razão,
perco o tino, desatino,
desvairios loucos,
lunaticamente teu,
doido varrido,
sem noção, longe no espaço,
perdido nas ruas,
coração sem domínio,
pirado, brizado,
perto de você,
sou louco...
de amor por você!
...perco a razão...


(Luiz wood)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

...fui te buscar


........infinito....fui te buscar...infinito.....
vi seus olhos, me apaixonei, e pra nunca mais....fui o mesmo!...feito raio...feito vendaval....o teu olhar.....fui te buscar....infinito....
e me possuiu feito garoa....leve......molhada.....enxarcada sem perceber.....eu te querendo mais....eu fui te buscar....infinito.....quando disse meu nome.....uma vida nova.....nasci no meu nome dito pela tua boca.....eu te quero mais e mais....fui te buscar......tremulo...no infinito.
.....tua mão me prende....doce, forte, senhora.....me possui, pela mão...e eu querendo ser possuido por você.....eternamente....nossas carnes....a minha e a tua.....no infinito.....fui te buscar....
não me domino mais......sou teu, entregue, não quero conter......quero teu toque.....sua pele....
seu corpo.....de tudo o que você me dá.....em tudo te desejo....no infinito.....fui te buscar.....no infinito....vou sempre te buscar.....não quero mais viver sem você!


(Luiz wood)

...tua onda!


Estar deitado na areia,
e receber a tua onda,
me cobrindo como lençol,
sentir teu abraço querendo aquecer,
indo e vindo, espuma de onda,
feito maré....indo e voltando!
esperando a hora de você voltar........!


(Luiz wood)

...receita de te amar....


Uma gota de carinho,
um pouco de olhar,
do gostar, um bom punhado,
três ou quatro gotas de saliva,
alguns litros de suor,
outro tanto de prazer,
de atenção, basta mexer,
pra que não desande,
o fogo deve estar brando,
durante o dia,
ardente à noite,
de mãos ágeis, duas,
de mão atrevidas, muitas,
uma mancheia de olhares,
gritos à vontade,
gemidos, todos,
unta-se com desejos,
despeja-se carinhos,
leve-se à cama, aquecida,
e o amor,
ah! o amor prova-se quente!


(Luiz wood)

Nos Campos dos Teus Olhos!


Nos campos dos teus olhos,
correr com a cara no vento,
braços abertos, sorriso na boca.
Nos campos dos teus olhos,
colher braçadas de trigo,
junto ao peito, calor da palha.
Nos campos dos teus olhos,
me encharcar de chuva,
me molhar de prazer, úmido.
Nos campos dos teus olhos,
sentir todo calor do sol,
aquecido, girassol.
Nos campos dos teus olhos,
refrescar na luz da lua,
abraçar quente, lua nua.
Nos campos dos teus olhos,
me deitar com você,
fazer amor com você, só pra amar você!


(Luiz wood)

Amor astrológicamente vão....


O Sol na terceira casa,
navega Netuno e tritões,
presságios de olhar,
presságios de toques,
presságios de quem quer...
mar de Netuno!
Guerra em Marte na conjunção,
o silêncio na sexta casa, cigana,
Vênus em quadratura com o amor,
o meu amor de astros, charlatães,
bendizem anéis satúrnicos, coloridos,
Basta!!!
Os astros falaram, gritaram,
alinhados profetas, astros engano,
mapas astrais, engano profetizado,
E, na palma da tua mão,
a linha do destino não leva,
a linha do destino costura,
previsões,
de amores vãos!


(Luiz wood)

terça-feira, 14 de abril de 2009

....quem sabe amanhã?


nas paredes algumas gravuras soltas, na toalha da mesa, manchas suspeitas, e a luz amarela pendente no teto...lá fora a chuva, forte, fria, molhada e chuva!....a saudade instalada, o pensamento voando até a sua casa....vazia, não te encontrei...voltei..as estampas nas paredes...a toalha do jantar...a lampada amarela...voltei, não te encontrei....amanhã quem sabe, eu te encontro...na tua casa!...na noite fria..de chuva, molhada e chuva!...amanhã quem sabe meu pensamento te encontra?....amanhã quem sabe, nem chover, chove mais......quem sabe a lua te encontra....junto com o meu pensamento?...junto com você....as estampas, a toalha e a lampada amarela....quem sabe amanhã?


(Luiz wood)

Criação!


Cada olho teu um asteróide,
no céu da sua boca,

uma, galáxia todas,
são seus olhos silêncio,
e estão cinzas,

mar profundo,
teu beijo, big bang,

a origem!
dinossauros se curvaram,
astros desabaram do céu,
diante à sua criação,
o próprio Deus chorou,
diante da obra....

Parla!....
e você falou,
o universo se calou,
e eis o silêncio habitado,
na sua voz,
vento das galáxias!...poeira de estrelas!


(Luiz wood)

Leve tudo....


Já que você se foi,
leve seus olhos,
não quero mais espelhos!
leve suas mãos,
as minhas estão soltas!
leve sua boca,
morro de sede, deserto!
leve seu suor,
o meu não se mistura mais!
leve seus beijos,
saliva sem tempero!
leve o nosso tempo,
o agora é quase nunca!
Já que você se foi...
leve tudo!


(Luiz wood)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

.....bares esquivos


nos bares esquivos,

bebi fantasmas, pesadelos,

sonhei rumos falhos,

amei amores pagos,

gritei por afagos,

fiquei rouco e só!

nos bares nevoentos,

errei todas as minha rotas,

descaminhei caminhos,

morri e renasci, apenas pra morrer de novo....

em portos que não conheço,

ruas tortas, pequenas portas,

bocas vermelhas, perfume barato,

tempo raso, gestos brutos,

e a solidão de Deus!


(Luiz wood)

....parece seu cabelo!


O sol nos ombros, parece cabelo,
parece sonho louco de vida,
sopro de calor, quente, muito quente!
Bebo o suor, bebo você, afogo,
e o sol no ombro, sombra adiante,
imensidão na vontade de ser teu!
Vamos embora, eu e você,
com o sol adiante, sombra lá trás,
e essa manhã imensa!
O sol nos ombros....
seus cabelos são sol, sol da manhã,
essa manhã imensa....!


(Luiz wood)

domingo, 12 de abril de 2009

....segredos tão teus!


A chave da sua porta,

trancava segredos que nunca ousei,

mistérios de ilhas desertas,

de profundezas insondáveis!

Mistérios cruzados,

descaminhos sem mapas,

rochas sem farol,

abismo sem corda!

Mas me deste a chave,

agora destranquei,

te cavei, mergulhei,

me agarrei e te soltei!



(Luiz wood)

....algodão e alma


A minha alma se tece assim,
fio a fio na roca, eterna roda.
Antes é preciso colhe-la nos campos,
com mãos de calos e ternas.
Depois, deita-las no cesto,
de palha e abrigo.
Desfia-la com os dedos,
longos e escribas.
E, quando, por fim, leve e solta,
fia-la na roca, eterna roda,
de sorte, fortuna e sina.
E tingi-la com cores,
todas as que existirem...
Minha alma pede cores!

(Luiz wood)

sábado, 11 de abril de 2009

...quase nem custa nada!


Vejo a noite quando a tarde cai,
e vejo cada olhar nas estrelas,
cada olhar roubado do sol,
de uma mina d'agua qualquer!
Imensa a noite, quando a tarde cai,
e todos os olhares que ela traz consigo,
todos os sóis nos ombros,
e sonhos nas lapelas, feito cravo!
Mas é lindo ver a noite, quando a tarde cai,
e estrelas não custam nada, nem tempo,
algumas serenatas, e olhar de paixão,
e uma vida toda á olhar, pro céu!
Que lindo que é olhar, prá noite, quando a tarde cai,
estrelas tímidas e sonhos de sonhar
quase que nem custa nada....
apenas sonhos de sonhar!

e algumas estrelas....no chão!

(Luiz wood)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

você, eu, jorge e o dragão!


Vamos morar na lua,
você, eu, jorge e o dragão,
o dragão nos protege,
jorge, joga buraco na nossa mesa verde,
você me beija,
eu te beijo,
e a lua.....
....a lua ilumina!

(Luiz wood)

penso em você...


Hoje o dia chegou lindo,
abriu um sorriso enorme na minha janela,
...pensei em você!
Hoje o dia chegou suave,
me fez um carinho no rosto,
...pensei em você!
Hoje o dia chegou manso,
percorreu a minha cama,
...pensei em você!
Hoje o dia chegou quente,
aqueceu meu coração frio,
...pensei em você!
Hoje o dia chegou alegre,
me beijou a boca com tanta força,
...pensei em você!

sempre penso em você!

(Luiz wood)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

....barco, veleja!


Vou te cobrir com as velas do meu barco,
te desfraldar toda nos lençóis armados,
arrancar suas amarras que te prende à outro porto,
corrigir a rota que te leva pra longe,
te beber em oceanos tardios!
Aportas seu caís,
naufragar...enfim....naufragar em você!


(Luiz wood)

...tardinha, quase noitinha....


Quando a tarde vem,
assim mansinha, quase noitinha,
meus olhos buscam os teus.
Nessa hora de encontros,
fazíamos os nossos,
desencontros, repletos de saudades!
Quando a noitinha chega,
suave, com a tardinha que se foi,
minha boca sente sede da sua.
Nessa hora de beijos,
os nossos braços,
chegavam antes, ansiosos,
nos puxando pro beijo, sedentos!
Quando chega essa hora,
sinto a falta que você me faz,
nessa hora, tardinha, quase noitinha,
lembro, tanto e tanto,
que ainda amo você!


(Luiz wood)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

...já que você se foi...


Já que você se foi,
leve também a sua boca,
não vou mais beijá-la!
a minha ainda está úmida....

Já que você se foi,
leve também os seus olhos,
agora estou cego!
como dói ver seu olhar...

Já que você se foi,
leve também suas mãos,
não vou mais segura-las!
as minhas estão vazias...

Já que você se foi,
leve também a sua pele,
não vou mais toca-la!
que vontade de suor...

Já que você se foi,
leve também a sua taça,
não vou mais toma-la!
misturar seu gosto com o meu...

Já que você se foi,
leve também você,
não vou mais te-la!
quase vou morrer...


(Luiz wood)