quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O homem, a nuvem e a gola do casaco!


Olhou pro alto, nuvens de chuva, negras nuvens!
Ele ali parado contemplando nuvens...estranhas formas, nuvens-objetos, nuvens-animais, nuvens-coisas, nuvens carregadas...nuvens negras! Um temporal vem por ai!
Ali, veja, ali mais à esquerda, uma nuvem-dragão...mas olhe depressa, venta muito e ela se tranformará quando você menos esperar! Pronto, o vento desmanchou o dragão....restou nuvem!
Olhos no céu, calçada úmida, guarda-chuva inútil!
Sem vontade de sair do lugar, à despeito da chuva, dos raios e trovões! Apenas ficou ali parado, olhando pro céu! Vai chover!
Observando nuvens!
Uma girafa, um leão, uma mão, quase garra....mas o vento as muda, o vento muda tudo!
Vai, com certeza, mudar nuvens também!
Levantou a gola do casaco e se foi....cabeça baixa, gola levantada!
Se foi....
O homem não mais vai voltar!
Foi o vento, o vento o desmanchou!
feito nuvem....

Luiz wood

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

...profecia!!


Um navio flutuando no espaço,
uma nuvem vermelha, e esse céu todo à se abrir! Eu vi!
Eu vi a sua boca se abrir, mas não ouço as palavras, apenas a sua boca se movendo, pelo canto dos olhos eu vejo....mas não ouço!
É como estar entorpecido! é isso...estou entorpecido, eu acho!
A lua é enorme, o céu se abrindo e engolindo o meu navio...Ah! não há mais regresso, palavras foram proferidas, maldizentes, como malditas profecias...é como estar entorpecido!

Eu não ouço..apenas vejo, pelo canto dos olhos vermelhos! Grite!
O navio zarpou e não há volta...todos à bordo, não existem ancoras, nem botes, todos à bordo, venha!
Ontem partimos...amanhã aportaremos...um navio e as nuvens vermelhas, nenhuma estrela nesse céu, o céu está escuro e nós partimos....não há ancoras, não existem botes...apenas um navio flutuando no espaço!
Estou levemente entorpecido!
Vejo sua boca vermelha se mover, mas não ouço! Grite!
Eu não ouço...
Sou apenas um navio flutuando no espaço....sem amarras!

Luiz wood

memória!


Suave....
apenas leve e suave,
como tudo deveria ser,
como você deveria ser,
leve e suave,
mas não é....
é apenas um lugar,
na memória,
no livro,
em algum tempo!

Luiz wood

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

...deveria ser mais fácil! não é!


Deveria ser mais fácil, pensei que fosse;...
não é!
o tempo passa, a vida passa, as ruas, a chuva...o sol!
mas esse nó na garganta....
essa coisa estranha...
essa falta do adeus!
algumas coisas ficam ainda...
deveria ser mais fácil, pensei que fosse;...
não é!
deveria ser como um coma,...
uma despedida lenta, dolorida mas lenta;...
a morte súbita é mais cruel....ela não passa!
ela fica;...
eu e ela ficamos, apenas nós....mais ninguém,
nem você, nem ninguém;...
fica a sombra;...
faltou o olhar do adeus,
sobrou...a crueza da indiferença,
o tapa....do tanto faz!
deveria ser mais fácil, pensei que fosse;...
não é!

Luiz wood

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

...passou!


Sou sonho de sonhar,
apenas a vida,
ver passar...
o sonho de sonhar!
acordar o sonho,
de tanto querer passar!
Sou sonho de sonhar,
apenas você não viu,
não viu passar...
Agora que despertou,
não vá querer sonhar,
meu sonho passou,
e você nem viu...
nem viu passar!

Luiz wood

sábado, 19 de dezembro de 2009

nosso espelho


Estivemos nús diante do espelho,
nos desfizemos de todas as roupas e cascas que nos cobriam,
olhamos dentro dos nossos olhos,
e, diante do espelho, estivemos nús!
O entendimento da nossa fragilidade foi enorme,
e nos despimos das nossas almas,
jogamos por terra, tudo o que nos aprisionava,
e fomos nossos!
Eu, teu!
Você, minha!
E seguimos...pelo espelho que antes nos aprisionava,
agora nos liberta...nos redime!
Estivemos nús diante do espelho,
e nunca mais, nunca mais fomos os mesmos!

Luiz wood

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

...falta!


Falta talento e ousadia,
falta verso e rima,
falta alegria!
Falta vida e alento,
falta sopro e elan,
falta vento!
Falta sorriso e alegria,
falta abrigo e guarida,
falta vida!

Luiz wood

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

...a chuva lá fora!


É apenas a chuva lá fora,...
mesmo assim, as palavras doces que você diz,
não mudam o fato de que você se foi,
não mudam a saudade que ficou,
não mudam o desejo que ainda insiste!
É apenas a chuva lá fora,...
não se assuste com o vento forte que grita,
nem com os raios anunciadores de trovões,
é apenas a chuva,...ela molha, mas não machuca,
ela molha trazendo o frio que congela a alma!
É apenas a chuva lá fora,...
tudo bem, tudo está bem, apenas vazio,
e a chuva lá fora...ela molha, mas lava,
a chuva lá fora,...é fria, mas leva tudo embora,
e a chuva lá fora,...esconde as lágrimas!
É apenas a chuva lá fora,...

Luiz wood

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

...uma à uma!


Uma à uma, as coloquei na palma da mão...
pareciam pérolas, pequenas e redondas,
delicadas...mas podem machucar...ostras cortam!
Uma à uma, olhei com cuidado,
pareciam estrelas, brilhantes e distantes,
tão lindas...mas tão longe...estrelas fogem!
Uma à uma, divaguei triste...
pareciam gotas de chuva, leves e soltas,
sensíveis....mas úmidas...gotas afogam!
Uma à uma, me despedi...
pareciam seus olhos, distantes e sonhadores,
estão fechados....engulo...durmo!
pra sempre!


Luiz wood

sábado, 5 de dezembro de 2009

houveram dias!


houveram dias que éramos apenas saudades,
éramos estrada longa, sem encruzilhadas,
céu sem nuvens, dias ensolarados!

houveram dias que éramos apenas saudades,
do sol nos nossos rostos, o vento nos cabelos,
palavras de olhar, sem dicionários!

houveram dias que éramos apenas saudades,
da noite que viria, pele impaciente,
o suor adivinhado e desejado, demorando!

houveram dias que éramos apenas saudades,
hoje somos apenas lembranças e saudades,
hoje somos lembranças...do que não temos mais!


Luiz wood

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

apenas alma,..


Eu sinto que a calma,
que ilumina meus olhos,
é noite de luar!
é a voz de voar,
um canto solitário,
uma aventura de amor!
e quando o teu gosto,
tem cheiro de vento,
me vem à boca o sabor de mar!
são tantas as flores,
que espero a chuva,
enfim vou me molhar!
esse sentimento,
um amargor na boca,
um que de uva azeda!
mas é calma,
apenas a minh'alma,
a cantar e dançar!
talvez, apenas amor,..


Luiz wood

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

minha canção!


vou te dizer da minha canção,
te contar como ela vive em mim,
como é triste às vezes,
noutras tão feliz...ah! e linda!
algumas horas é incerta,
como as horas,..
por vezes é tão aguda,
parece um punhal cruel,
ou então, é grave,
como seria um poeta triste!
ela tem a melodia dos pássaros,
mas é livre...voa alto!
vez ou outra, a minha canção explode,
ou apenas se recolhe, quieta,..
a minha canção, vou te contar,
sou eu, é minha alma,
é a minha vida...cancionada!
,..é fado,...é tango.

Luiz wood


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

....os meus versos!


Os meus versos me acalmam a alma,
me fazem sorrir,
mesmo triste,
e me levantam ao alto....
pois sei que trago em mim,
o melhor de mim...
me cantam os olhos molhados,
e se molham, é porque amam...
é como ter aves no peito,
é conversar com o vento,
viver esse caminhar lento...
meus versos,
mesmo quando tristes,
riem alto como criança,
e se hoje me dói,
e porque sei, que ontem,
amei como ninguém jamais ousou,
se hoje estou triste,
é porque esse foi o preço,
por uma alegria infinda...
não sou poeta mudo,
choro e rio,
canto e calo,
tropeço em meus caminhos,
e continuo à caminhar...
e meus versos,
ah! os meus versos...
eles me acalmam a alma!

Luiz wood

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

me lembro de você!


Quando penso em calma,
me lembro de você,
do voar solitário,
mar imenso e alma!

Quando penso em vida,
me lembro de você,
da cor do mundo,
palavras, minha lida!

Quando penso em amor,
me lembro de você,
da luz do vento,
poeta de pranto e dor!

Quando penso em tudo,
me lembro de você,
do canto magoado,
me deixando assim tão mudo!

Quando penso em dia,
me lembro de você,
desde o abrir dos meus olhos,
e quando os fecho...morro!

Quero a minha alegria...

Luiz wood

...medo!


Ela apenas sonhou,
em frente ao espelho mergulhou sua mão no reflexo,
ah! Alice....um mundo novo onde tudo era permitido, ousado, colorido, gato risonho, chapeleiro louco...apenas sonhou!
Voou, rasantes em ravinas...um amor pronto, um amor novo, um conhecido outro desconhecido!
Carecia escolher! novo, pronto, desconhecido ou conhecido...escolha!
Vamos! não tenha medo, escolha!
Esticou o dedo e tocou a alma do amor.....desconhecido!
Escolha feita....tocou, agora é viver ele! Agora é voar esse amor escolhido e voar!
É azul, o amor, feito a terra, é azul!
Você tem medo?
Não tenha, voe!
Se abrir mão dele você cairá do céu, venha! não tenha medo!
Não...não fuja...
você irá cair....voe, voe, voe!
ah! você tem medo!
ah! você caiu!
Saia do espelho...saia!
Acorde! você caiu!
Você tem medo....

Luiz wood