quarta-feira, 13 de maio de 2009

saudade


se você me bebe,
eu sou teu copo,
se te como,
eu te devoro,
se te procuro,
eu não me encontro,
se sou você,
eu e não mais eu,
se és minha guerra,
eu sou tua paz,
se tu me cantas,
eu me calo em dó maior,
se me recusa,
eu te aceito,
se está tão perto,
eu sou distância,
se é saudade,
eu sou tão longe,
se é terra,
eu sou só ilha,
se é natal,
eu sou carnaval, confete e serpentina,
se és assim tão tudo,
como posso ser nada???

(Luiz wood)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

noite adentro...dia afora


....dia perfeito!
era noite quando você chegou e sorriu! Me pegou as mãos e me levou em catamarans pelo rio adentro. Pela noite afora. Dia perfeito afora! E você sorriu...! A cidade vista do rio, o sol pondo o seu fogo todo dentro do rio. E você sorriu...e essa noite, você chegou, sorriu e fez desse dia...perfeito! Bastou você chegar e sorrir e o dia se tornar perfeito! Um dia, vou pegar nas suas mãos....te levar rio afora....sol adentro....noite nossa afora....dia adentro...mundo nosso, teu, meu afora pra dentro de mim e de você! Noite adentro....a nossa noite!


(Luiz wood)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

desvairios....


foram tantos e tantos olhares trocados,
mãos tão estupidamente atrevidas,
bocas tão aflitas, que chegam a ser ridículas, como as cartas de amor,
desejos revelados, coloridos, preto e branco, sépia, negativos, polaróides,
corações sem dono, cães vadios, gatos de rua, abandonados,
sedução lavanda, colhida em jardins, em vasos, terrenos baldios,
pensamentos vagos, soltos, jogados, ignorados,
olhos bússolas, ansiosos pelo norte, teu sul-sudeste, perdido nos pólos,
possuídos, santos, terreiros, altares, velas, bruxedos,
sem dominio, me perdi em seu colo,
venha, me possua e me tenha....
....te adoro!
do modo que for.


(Luiz wood)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

...te quero aqui!


Eu te quero aqui,
mesmo que ausente....
te quero aqui.
Quero o teu cheiro,
tão forte e doce,
cheiro calado e morte.
Teus cabelos soltos,
presos aos meu dedos,
aliança de crina e sina.
A sua boca tão rasgada,
tão obscena, tão puta,
quando me diz ofeganidades.
Cicatrizes imensas,
que minhas unhas tatuaram,
quando, enfim, o gozo.
Eu te quero aqui,
quero você agora,
logo mais, não seremos mais...


(Luiz wood)

terça-feira, 5 de maio de 2009

...nunca somos iguais...


Nos bebemos cada dia mais,
e como dois anjos, nos comemos.
E nos ouvimos tão surdos,
que tateamos cegos e aflitos.
Somos tão diferentes e nos amamos tanto,
que o próprio amor se acanha.
Te quero agora e agora,
te quero louco e são.
Temos suor e batalhas,
estradas e picadas.
Te amo ouro, prata e brilho,
te amo louco e mão....


(Luiz wood)

domingo, 3 de maio de 2009

A mesma luz!


Somos feitos da mesma luz.
O mesmo barro, o mesmo talho.
Trinando a corda mínima, alguém nos compôs.
Do sofrimento inútil do amor, fomos gerados.
No fogo brando, apurados e alquimados.
No dorso do vento, cavalgados.
O mar, o nosso mar, nos molhou.
E, no anzol cruel, fomos fisgados, nossas bocas.
Caminhados nas mesmas ruas.
Serenados numa garôa fria.
Além do paraíso, fomos expulsos juntos.
Temos os mesmos pecados.
Somos iguais.
Feitos da mesma luz.

(Luiz wood)